Cristo sempre comparava o reino de Deus com algo que fosse ou
estivesse em interação com um organismo vivo. Em comprovação de larga
escala, estudos mostram que as igrejas nascem, crescem, se reproduzem e
morrem.[1] No Reino, nada é estático. Qualquer elemento de um organismo,
ou está em desenvolvimento ou em deterioração. No último artigo,
escancaramos aqui o retrato da autópsia. Agora, vamos nos focar na visão
do milagre.
Assim como algumas pessoas desenganadas pelos médicos surpreendem a
todos com sua recuperação, há também igrejas que retornam. Qual é o
segredo? Após estudarem 324 desses casos, Ed Stetzer e Mike Dobson
mostram a reconstrução pós-queda[2], buscando responder a seguinte
pergunta: “Quais são os princípios usados por essas igrejas que
retornam, que poderiam ajudar pastores e igrejas em declínio a se
revitalizarem?”[3]
De acordo com estes especialistas, igrejas que conseguem o impossível
retorno se mostram serem altamente bíblicas, missionais[4], espirituais
e bem dirigidas. Na luta pela “ressurreição”, muitas vezes, as decisões
do plano de ação se dão até mesmo em silêncio, na arbitragem do líder
(Neemias 2:11-18). E isso significa que tal liderança venha a ser
proativa e ter positividade (1Timóteo 3:1), pois as pessoas têm que
fazer parte do processo de retorno (Atos 6:1-5). Assim como geralmente a
estagnação de uma igreja se dá por sua liderança, o contrário também é
verdade. É observado que igrejas mortas que conseguem dar a volta por
cima têm líderes que resolvem crescer mais, embora aparentemente já
estivessem totalmente crescidos. Isso pode acontecer de diferentes
formas, mas o ponto inicial sempre é comum: a disciplina devocional. A
intensa oração dos líderes aparece nas pesquisas dos estudiosos como o
ponto de maior destaque. Em primazia, comunhão.
A adesão dos membros também passa pela comunhão, mas cresce na
adoração. Em todas as igrejas que foram estudadas por terem feito o
retorno fenomenal, foi verificado que para elas a adoração coletiva, o
ensino e a pregação eram de suma importância, feitos, dentro da esfera
de suas limitações, com o máximo de intensidade, criatividade,
flexibilidade, espiritualidade e muita qualidade. E ainda mais: a
interatividade desta experiência coletiva acontecia com uma disposição
dos membros para torná-la aprazível de tal maneira que não se
contentavam com encontros apenas na igreja. A isso denominamos “Pequenos
Grupos”. Em uma palavra, relacionamento.
O que destaco por último, mas não menos importante, no estudo de
Stetzer e Dobson, é a forte ênfase que todas as igrejas que conseguiram
sair do estado mortuário tinham no evangelismo. O compromisso com a
Grande Comissão é questão vital para a sobrevivência de uma igreja.[5]
Isso ainda é mais forte na Igreja Adventista, pois ela não é uma
instituição de capelania estabelecida puramente para o apascento de seus
fiéis. Pelo contrário, esta denominação é, sobretudo, um movimento
missionário. Assim ela nasceu e esta é sua natureza: missão.
O retorno à vida está ao nosso alcance. A conexão para que esta
igreja migre da rota de Laodicéia para a estrada da Nova Jerusalém já
está apontada por sua liderança: Comunhão, Relacionamento e Missão. E
para não ficarmos somente com a teoria, não nos faltam também instruções
detalhadas de como lograrmos tal intento. Ellen White deixou
disponíveis dezenas de dicas sobre como você pode crescer nestes três
aspectos de Reavivamento e Reforma.[6] Acima de tudo, temos as
instruções da Palavra sobre como mantermos esta conexão com a vida (João
15), ou até mesmo acerca de como reativá-la, caso tenha se perdido
(Romanos 9-12).
Até mesmo nas ciências naturais, a abiogênese aristotélica[7] já está
sendo refutada desde Francesco Redi. Precisamos de interligação com a
Fonte. Portanto, vamos dar as costas à morte, pois o prodígio biogênico
está ao nosso alcance! O nome desta vida é Jesus! (João 14:6).
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