quinta-feira, 19 de junho de 2014

Dilúvio: águas de cima e de baixo

Cientistas encontraram embaixo da Ásia oriental uma reserva de água do tamanho do Oceano Ártico. Outras evidências de grandes massas de água subterrâneas já foram descobertas no passado. A descoberta é do sismólogo Michael Wysession, da Washington University, em Saint Louis, nos Estados Unidos, e de um aluno dele, Jesse Lawrence.

O livro bíblico de Gênesis (7:11) afirma que “no ano seiscentos da vida de Noé, no mês segundo, aos dezessete dias do mês, naquele mesmo dia, romperam-se todas as fontes do grande abismo, e as janelas dos céus se abriram”. A descoberta de Wysession, Lawrence e outros parece explicar a água proveniente do “grande abismo”. Mas o que dizer das “janelas do céu”? Alguns criacionistas teorizam que havia um dossel atmosférico de vapor d’água que teria condensado e se precipitado sobre a Terra. Mas seria possível adicionar outro elemento a essa inundação que veio do alto: os meteoritos.

“Cometas podem carregar muita água e o impacto de um em nosso planeta pode ter trazido uma grande quantidade, mas não toda ela, dizem especialistas”. Assim, uma intensa chuva de meteoritos (e há muitas evidências desse grande bombardeamento aqui, na Lua e em outros planetas, como Marte) poderia adicionar grandes quantidades de água, aumentando a inundação que cobriu todos os montes “que havia debaixo de todo o céu” (Gênesis 7:19; e é bom lembrar que, antes da tectônica de placas e do vulcanismo, os montes não eram tão altos como hoje). Além disso, o impacto dos meteoritos poderia causar megatsunamis e mesmo romper a crosta terrestre, liberando imensas quantidades de lava (também há muitas evidências desses gigantescos derrames) e água sob pressão (as fontes do abismo).

Curiosamente, os cientistas (darwinistas/naturalistas) aceitam a possibilidade de ter havido um dilúvio em Marte (os meteoritos cheios d’água poderiam explicar isso lá também), embora a água pareça ter desaparecido do planeta vermelho. Mas se negam a aceitar a ocorrência do dilúvio aqui na Terra. Por quê? Seria porque essa história é mais bem descrita num livro antigo chamado Bíblia, rejeitado como fonte de informações científicas? Seria bom que eles soubessem que a Bíblia não contradiz as observações geológicas.

 

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Como orientar crianças a usar a internet

A internet pode ser um ótimo local para aprender, se divertir, bater papo com os amigos da escola ou simplesmente relaxar e explorar. Mas, assim como no mundo real, a web pode ser perigosa para as crianças. Antes de permitir que seu filho permaneça online sem a sua supervisão, estabeleça algumas regras com que todos concordem.

Se você não sabe por onde começar, aqui estão algumas ideias sobre que pontos abordar com seus filhos para ensiná-los a usar a internet com segurança.

1. Incentive seus filhos a compartilhar suas experiências na internet com você. Divirta-se na internet junto aos seus filhos.

2. Ensine-os a confiar em seus instintos. Se alguma coisa online fizer com que se sintam nervosos, eles devem lhe contar.

3. Se seus filhos visitam salas de bate-papo, usam programas de mensagens instantâneas, videogames online ou outras atividades na internet que exijam um nome de login como identificação, ajude-os a escolher um nome que não revele nenhuma informação pessoal sobre eles.

4. Insista para que nunca informem seu endereço residencial, número de telefone ou outras informações pessoais, como onde estudam ou onde gostam de brincar.

5. Ensine a seus filhos que a diferença entre certo e errado na internet é a mesma que na vida real.

6. Mostre a eles como respeitar os outros online. Explique que as regras de bom comportamento não mudam apenas por estarem em um computador.

7. Insista para que respeitem a propriedade de outros online. Explique que fazer cópias ilegais do trabalho de outras pessoas, como música, videogames e outros programas, é roubo.

8. Diga a eles que não devem nunca encontrar amigos virtuais pessoalmente. Explique que os amigos virtuais podem não ser quem eles afirmam ser.

9. Ensine a eles que nem tudo o que leem ou veem online é verdade. Encoraje-os a perguntar a você se não tiverem certeza.

10. Controle as atividades online de seus filhos com software de internet avançado. Os controles de menores podem ajudar a filtrar conteúdo ofensivo, monitorar os sites visitados pelos seus filhos e descobrir o que fazem lá.

 

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Prodígio biogênico

Cristo sempre comparava o reino de Deus com algo que fosse ou estivesse em interação com um organismo vivo. Em comprovação de larga escala, estudos mostram que as igrejas nascem, crescem, se reproduzem e morrem.[1] No Reino, nada é estático. Qualquer elemento de um organismo, ou está em desenvolvimento ou em deterioração. No último artigo, escancaramos aqui o retrato da autópsia. Agora, vamos nos focar na visão do milagre.
Assim como algumas pessoas desenganadas pelos médicos surpreendem a todos com sua recuperação, há também igrejas que retornam. Qual é o segredo? Após estudarem 324 desses casos, Ed Stetzer e Mike Dobson mostram a reconstrução pós-queda[2], buscando responder a seguinte pergunta: “Quais são os princípios usados por essas igrejas que retornam, que poderiam ajudar pastores e igrejas em declínio a se revitalizarem?”[3]
De acordo com estes especialistas, igrejas que conseguem o impossível retorno se mostram serem altamente bíblicas, missionais[4], espirituais e bem dirigidas. Na luta pela “ressurreição”, muitas vezes, as decisões do plano de ação se dão até mesmo em silêncio, na arbitragem do líder (Neemias 2:11-18). E isso significa que tal liderança venha a ser proativa e ter positividade (1Timóteo 3:1), pois as pessoas têm que fazer parte do processo de retorno (Atos 6:1-5). Assim como geralmente a estagnação de uma igreja se dá por sua liderança, o contrário também é verdade. É observado que igrejas mortas que conseguem dar a volta por cima têm líderes que resolvem crescer mais, embora aparentemente já estivessem totalmente crescidos. Isso pode acontecer de diferentes formas, mas o ponto inicial sempre é comum: a disciplina devocional. A intensa oração dos líderes aparece nas pesquisas dos estudiosos como o ponto de maior destaque. Em primazia, comunhão.
A adesão dos membros também passa pela comunhão, mas cresce na adoração. Em todas as igrejas que foram estudadas por terem feito o retorno fenomenal, foi verificado que para elas a adoração coletiva, o ensino e a pregação eram de suma importância, feitos, dentro da esfera de suas limitações, com o máximo de intensidade, criatividade, flexibilidade, espiritualidade e muita qualidade. E ainda mais: a interatividade desta experiência coletiva acontecia com uma disposição dos membros para torná-la aprazível de tal maneira que não se contentavam com encontros apenas na igreja. A isso denominamos “Pequenos Grupos”. Em uma palavra, relacionamento.

O que destaco por último, mas não menos importante, no estudo de Stetzer e Dobson, é a forte ênfase que todas as igrejas que conseguiram sair do estado mortuário tinham no evangelismo. O compromisso com a Grande Comissão é questão vital para a sobrevivência de uma igreja.[5] Isso ainda é mais forte na Igreja Adventista, pois ela não é uma instituição de capelania estabelecida puramente para o apascento de seus fiéis. Pelo contrário, esta denominação é, sobretudo, um movimento missionário. Assim ela nasceu e esta é sua natureza: missão.

O retorno à vida está ao nosso alcance. A conexão para que esta igreja migre da rota de Laodicéia para a estrada da Nova Jerusalém já está apontada por sua liderança: Comunhão, Relacionamento e Missão. E para não ficarmos somente com a teoria, não nos faltam também instruções detalhadas de como lograrmos tal intento. Ellen White deixou disponíveis dezenas de dicas sobre como você pode crescer nestes três aspectos de Reavivamento e Reforma.[6] Acima de tudo, temos as instruções da Palavra sobre como mantermos esta conexão com a vida (João 15), ou até mesmo acerca de como reativá-la, caso tenha se perdido (Romanos 9-12).

Até mesmo nas ciências naturais, a abiogênese aristotélica[7] já está sendo refutada desde Francesco Redi. Precisamos de interligação com a Fonte. Portanto, vamos dar as costas à morte, pois o prodígio biogênico está ao nosso alcance! O nome desta vida é Jesus! (João 14:6).

 

terça-feira, 10 de junho de 2014

Percebamos quão melhor é obedecer

"Então, veio a palavra do SENHOR a Salomão, dizendo:
Quanto a esta casa que tu edificas, se andares nos meus estatutos, e fizeres os meus juízos, e guardares todos os meus mandamentos, andando neles, confirmarei para contigo a minha palavras, a qual falei a Davi, teu pai;
e habitarei no meio dos filhos de Israel e não desampararei o meu povo de Israel." (1Reis 6.11-13)

Deus fez uma animadora promessa a Salomão: Sua presença eterna nunca deixaria Seu povo enquanto os israelitas obedecessem à lei de Deus.

Contudo, sabendo quantas leis eles deveriam seguir, podemos pensar que essa condição era difícil de manter. Mas a situação dos israelitas era muito parecida com a nossa, hoje: Deus não os abandonou por falharem em manter uma pequena parte da lei. Pelo contrário, Ele ofereceu abundante perdão por todos os seus pecados, independente se eram pequenos ou grandes. No entanto, a separação de Deus levou à quebra de Suas leis, e não o inverso. Os reis abandonaram o Senhor em seu coração, primeiro, e depois falharam em cumprir Suas leis.

Em vez de focar em quão difícil é obedecer a Deus, devemos focar em manter uma sociedade próxima a Ele por meio da fé. Quando colocamos nossa fé nele, Ele dá-nos o poder para obedecer. Mas quando fechamos nosso coração para Deus, logo perdemos Seu poder e Sua presença. Não importa o que fizemos no passado, podemos voltar para Ele em fé, receber o Seu perdão e experimentar uma aliança renovada e fortalecida que vêm dele.

domingo, 8 de junho de 2014

Cristo contra os ícones das hipocrisias religiosas

A vinda de Cristo ao mundo traria consequências espirituais e eternas à vida de todo homem, dizem as Escrituras Sagradas. Foi assim com Israel e não será diferente hoje com as igrejas e religiões. A vinda de Jesus estabeleceu um marco histórico na vida espiritual de todos nós e consequências eternas caso tomemos o caminho errado. Cristo é a única porta dos céus: 
Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens. João 10:9
Permanecer no aprisco dEle e se alimentar apenas nas pastagens verdejantes do Evangelho sem jamais ser arrebatado pelos lobos é a grande questão. 
 
Mas as ovelhas ainda não entendem onde está o aprisco de Cristo e não conseguem enxergar quais são e onde estão os lobos, visto que se disfarçam em "pele de cordeiro". Se dizem crentes, pastores, líderes evangélicos, etc.; mas interiormente são criaturas ferozes ocupando púlpitos e destruindo as almas que não permanecem na proteção do aprisco de Cristo. Então, permanecer no aprisco de Jesus e se manter a salvo dos lobos é hoje, como sempre o foi, a questão central da vida espiritual cristã.
 

quinta-feira, 5 de junho de 2014

A música e a aprendizagem

A música na vida do ser humano é tão importante como real e concreta, por ser um elemento que auxilia no bem-estar das pessoas proporcionando satisfação e alegria.

Pesquisas recentes confirmam que até os seis anos é a hora de encher os ouvidos de nossas crianças de harmonia musical. O objetivo não é formar musicistas, mas afinar a sensibilidade delas no sentido de aumentar a capacidade de concentração, desenvolver o raciocínio lógico-matemático e a memória.

Pensando assim, a música não pode estar desconectada do processo educativo, pois ela exerce influência sobre nossos pensamentos, sentimentos, e nossas atitudes, agindo como um excelente facilitador na formação da personalidade da criança.

Portanto, queridos pais, cantar/escutar música é salutar e auxilia no processo de aprendizagem da criança. Nossa orientação neste artigo é que você não espere que apenas a escola estimule a musicalidade no seu filho. Ao contrário, ofereça a ele um leque de experiências musicais e perceba os bons resultados.

É bom lembrar que isso não deve ser uma atividade imposta, e sim realizada com prazer, e de forma natural, como sempre deve acontecer na relação entre pais e filhos.
Fonte: Site Mulher Vitoriosa

terça-feira, 3 de junho de 2014

O que a Bíblia diz sobre Auto-estima e Confiança?

A Timidez pode ser superada por confiar no Espírito Santo. 2 Timóteo 1:7 “Pois Deus não nos deu o espírito de timidez, mas de força, de amor e de prudência”.

Nossa auto-estima é baseada no valor que Deus coloca em nós. Salmo 8:3-5 “Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que ali firmaste, pergunto: Que é o homem, para que com ele te importes? E o filho do homem, para que com ele te preocupes? Tu o fizeste um pouco menor do que os seres celestiais e o coroaste de glória e de honra.”
Salmo 113:7-8 ” Ele levanta do pó o necessitado e ergue do lixo o pobre, para fazê-los sentar-se com príncipes, com os príncipes do seu povo.”

Deus nos dá valor e estamos constantemente em Sua mente. Salmo 139:17-18 “Ó Deus, como são insondáveis para mim vossos desígnios! E quão imenso é o número deles! Como contá-los? São mais numerosos que a areia do mar; se pudesse chegar ao fim, seria ainda com vossa ajuda.”
Nós somos valiosos. Lucas 12:6-7 “Não se vendem cinco pardais por duas moedinhas? Contudo, nenhum deles é esquecido por Deus. Até os cabelos da cabeça de vocês estão todos contados. Não tenham medo; vocês valem mais do que muitos pardais!”

A chave para uma acurada avaliação é conhecer nossa identidade em Cristo. Romanos 12:3 “Pois pela graça que me foi dada digo a todos vocês: ninguém tenha de si mesmo um conceito mais elevado do que deve ter; mas, pelo contrário, tenha um conceito equilibrado, de acordo com a medida da fé que Deus lhe concedeu.”

Nossa auto-estima deve vir da segurança em jesus. 1 João 4:18 “No amor não há medo; pelo contrário o perfeito amor expulsa o medo, porque o medo supõe castigo. Aquele que tem medo não está aperfeiçoado no amor.”

Segurança no meio de desastres naturais. Salmo 46:1-3 “Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia. Portanto não temeremos, ainda que a terra se mude, e ainda que os montes se transportem para o meio dos mares.”

Deus nunca dorme! Salmo 121:2-4 “O meu socorro vem do SENHOR que fez o céu e a terra. Não deixará vacilar o teu pé; aquele que te guarda não tosquenejará. Eis que não tosquenejará nem dormirá o guarda de Israel.”

Auto estima é saber que estando em Cristo teremos a vida eterna. 1 João 5:11-12 “E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está em seu Filho. Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida.”

domingo, 1 de junho de 2014

Os anjos e você — uma visão panorâmica

A relação do mundo visível com o invisível, o ministério dos anjos de Deus, a operação dos espíritos maus, acham-se claramente revelados nas Escrituras, e inseparavelmente entretecidos com a história humana.
Antes da criação do homem, existiam anjos; pois, quando os fundamentos da Terra foram lançados, “as estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus rejubilavam”. Jó 38:7. … Os anjos são, em sua natureza, superiores aos homens. O salmista diz acerca do homem: “Pouco menor o fizeste do que os anjos e de glória e de honra o coroaste.” Salmos 8:5.

O número e poder dos anjos

Estamos informados pelas Escrituras quanto ao número, poder e glória dos seres celestiais, sua relação com o governo de Deus e também com a obra da redenção. “O Senhor tem estabelecido o Seu trono nos Céus, e o Seu reino domina sobre tudo.” Salmos 103:19. E diz o profeta: “Ouvi a voz de muitos anjos ao redor do trono.” Apocalipse 5:11. No salão de recepção do Rei dos reis, assistem eles — como “anjos Seus, magníficos em poder… ministros Seus, que executais o Seu beneplácito”, “obedecendo à voz da Sua palavra”. Salmos 103:20, 21.
Milhares de milhares e milhões de milhões eram os mensageiros celestiais vistos pelo profeta Daniel. O apóstolo Paulo declarou serem “muitos milhares”. Hebreus 12:22. Como mensageiros de Deus, saem “à semelhança dos relâmpagos” (Ezequiel 1:14), tão deslumbrante é sua glória e tão rápido o seu vôo. O anjo que apareceu no túmulo do Salvador, e tinha o rosto “como um relâmpago, e a sua veste branca como a neve”, fez com que os guardas por medo dele tremessem, e ficassem “como mortos”. Mateus 28:3, 4.
Quando Senaqueribe, o altivo assírio, injuriou a Deus e dEle blasfemou, ameaçando Israel de destruição, “sucedeu, pois, que naquela mesma noite, saiu o anjo do Senhor e feriu no arraial dos assírios a cento e oitenta e cinco mil deles”. 2 Reis 19:35. Ali foram destruídos “todos os varões valentes, e os príncipes, e os chefes”, do exército de Senaqueribe. “E este tornou com vergonha de rosto à sua terra.” 2 Crônicas 32:21.

Os anjos auxiliam os filhos de Deus

Os anjos são enviados em missões de misericórdia aos filhos de Deus. A Abraão, com promessas de bênçãos; às portas de Sodoma, para livrar o justo Ló da condenação do fogo; a Elias, quando se achava a ponto de perecer de cansaço e fome no deserto; a Eliseu, com carros e cavalos de fogo, cercando a pequena cidade em que estava encerrado por seus adversários; a Daniel, enquanto buscava sabedoria divina na corte de um rei pagão, ou abandonado para tornar-se presa dos leões; a Pedro, condenado à morte no calabouço de Herodes; aos prisioneiros em Filipos; a Paulo e seus companheiros na noite da tempestade no mar; ao abrir a mente de Cornélio para receber o evangelho; ao enviar Pedro com a mensagem da salvação ao desconhecido gentio — assim, em todos os tempos, têm os santos anjos ministrado ao povo de Deus.
Assim, ao povo de Deus, exposto ao poder enganador e vigilante malignidade do príncipe das trevas, e em conflito com todas as forças do mal, é assegurada a incessante guarda dos seres celestiais. Tampouco é tal segurança dada sem necessidade. Se Deus concedeu a Seus filhos promessas de graça e proteção, é porque há poderosos agentes do mal a serem enfrentados — agentes numerosos, decididos e incansáveis, de cuja malignidade e poder ninguém pode sem perigo achar-se em ignorância ou inadvertência.

Satanás e os anjos maus

Os espíritos maus, criados a princípio sem pecado, eram iguais, em sua natureza, poder e glória, aos seres santos que ora são os mensageiros de Deus. Mas, caídos pelo pecado, acham-se coligados para a desonra de Deus e destruição dos homens. Unidos com Satanás em sua rebelião, e com ele expulsos do Céu, têm, através de todas as eras que se sucederam, cooperado com ele em sua luta contra a autoridade divina. Somos informados, nas Escrituras, acerca de sua confederação e governo, suas várias ordens, inteligência e astúcia, e de seus maus intuitos contra a paz e felicidade dos homens.
Ninguém se acha em maior perigo da influência dos espíritos maus do que aqueles que, apesar dos testemunhos diretos e amplos das Escrituras, negam a existência e operação do diabo e seus anjos. Enquanto estivermos em ignorância no que respeita a seus ardis, têm eles vantagem quase inconcebível; muitos dão atenção às suas sugestões, supondo, entretanto, estar seguindo os ditames de sua própria sabedoria. É por isto que, aproximando-nos do final do tempo, quando Satanás deverá trabalhar com o máximo poder para enganar e destruir, espalha ele por toda parte a crença de que não existe. É sua política ocultar-se a si mesmo e agir às escondidas.
É porque se mascarou com consumada habilidade, que tão amplamente se faz a pergunta: “Existe realmente tal ser?” Evidencia-se o seu êxito na geral aceitação que obtêm no mundo religioso teorias que negam os testemunhos mais positivos das Escrituras. E é porque Satanás pode muito facilmente dirigir o espírito dos que se acham inconscientes de sua influência, que a Palavra de Deus nos dá tantos exemplos de sua obra maligna, descobrindo aos nossos olhos suas forças secretas, e desta maneira pondo-nos de sobreaviso contra seus assaltos.

Os seguidores de Cristo acham-se seguros

O poder e malignidade de Satanás e seu exército deveriam com razão alarmar-nos, não fosse o caso de podermos encontrar refúgio e livramento no superior poder de nosso Redentor. Pomos cuidadosamente em segurança as nossas casas por meio de ferrolhos e fechaduras, a fim de proteger contra homens maus nossa propriedade e vida; mas raras vezes pensamos nos anjos maus, que constantemente estão a procurar acesso a nós, e contra cujos ataques não temos em nossa própria força método algum de defesa. Se lhes permitirmos, podem transformar-nos o entendimento, perturbar e atormentar-nos o corpo, destruir nossas propriedades e vida. Seu único deleite está na miséria e ruína.
Terrível é a condição dos que resistem às reivindicações divinas, cedendo às tentações de Satanás, até que Deus os abandone ao governo dos espíritos maus. Mas os que seguem a Cristo estão sempre seguros sob Sua proteção. Anjos magníficos em poder são enviados do Céu para protegê-los. O maligno não pode romper a guarda que Deus pôs em redor de Seu povo.
Fonte: Livro Ellen G.White, A Verdade sobre os Anjos, Capítulo 1

 

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Salvação pelas Obras

Igualmente deletéria para o bem-estar espiritual da Igreja era a doutrina da salvação pelas obras, que gradualmente permeou a teologia popular. Cristãos de origem judaica eram particularmente sujeitos a este erro, como depreendemos de uma leitura da carta aos gálatas. O evangelho, em vez de ser as boas novas do perdão dos pecados pela fé em Cristo, pouco a pouco passou a ser considerado uma nova “lei”. Outrossim, a natureza da sociedade romana, com sua longa tradição de governo, pela lei tomava os adeptos da fé cristã suscetíveis à tendência legalista. O orgulho natural do homem exige que ele opere sua própria salvação para que tenha de que se vangloriar. Fazer nossa esperança de salvação depender inteiramente da graça divina, contraria o sentimento de estima própria arraigado em cada coração. À base de toda concepção pagã de salvação jazem obras meritórias. Como resultado o batismo, participação na Ceia do Senhor, e até martírio passavam a ser interpretados como “obras”. A estes foram acrescentados, no curso dos anos, jejuns, celibato, atos de penitência, peregrinações, flagelação, construção de igrejas, e, eventualmente, participação nas cruzadas contra os sarracenos, turcos e hereges. Agostinho está quase que só entre os escritores patrísticos em sua insistência sobre a doutrina de salvação pela graça.

No clima dominante de salvação pelas obras, a razão para a morte de Cristo sobre a cruz, que era intuitiva aos cristãos primitivos, tornou-se um tropeço ao pensador medieval. Tanto assim que o desafio foi aceito pelos escolásticos, tais como Anselmo, que escreveu uma obra Cur Deus Homo, “Por que o Homem-Deus”, na qual ele tenta justificar a encarnação e paixão de Cristo. Que esta verdade axiomática do cristianismo precisasse agora ter uma explicação racional, mostra que ela havia perdido seu significado existencial para o homem comum.

Um erro leva inevitavelmente a outro. Dia chegaria em que a noção de que os santos praticaram maior número de boas obras do que exigido pela “lei” obteria aceitação nos meios teológicos. Essas obras super-rogatórias dos santos vieram a constituir um tesouro de méritos que a Igreja podia pôr a disposição de pecadores necessitados. Disto, à noção de indulgências, era apenas um passo. Concedidas no começo como recompensa por serviços prestados à Igreja ou por atos de penitência praticados, gradualmente estes serviços foram substituídos por pagamentos monetários, e finalmente pelos abusos escandalosos da venda de indulgências, denunciados por Wiclef e reformadores subsequentes. De início as indulgências visavam apenas à remissão de penas temporais impostas pelo confessor; mas acabaram sendo interpretadas como remissão também de penas a serem sofridas no pugatório. Na pregação de uma das cruzadas, o papa promete efetivamente: “a retribuição dos justos e aumento de salvação eterna” em troca de dinheiro para financiar a guerra santa.

Outro produto da concepção errônea de salvação pelas obras, foi o sacramentalismo, isto é, a crença em que o batismo, bem como o sacramento da eucaristia, como a Ceia do Senhor veio a ser chamada, tinha efeito quase mágico sobre o recipiente, garantindo sua salvação. Independentemente do caráter do ministrante, ou da fé do recipiente, cria-se que o sacramento tinha eficácia para o fim proposto, ex opere operato, isto é, automaticamente. A transformação do ofício de ancião ou guia espiritual no de sacerdote acarretava a noção de que o sacerdote devia oferecer sacrifícios a exemplo dos sacerdotes israelitas e pagãos. Que mais natural do que interpretar a comunhão do pão e do vinho, que originalmente comemorava “a morte do Senhor, até que Ele venha”, como o sacrifício perpétuo e incruento da missa? Mas um pouco de reflexão teria mostrado que a noção de um sacrifício perpétuo chocava-se com a doutrina do Novo Testamento de que o sacrifício de Cristo só podia ocorrer uma vez para sempre.

Inexoravelmente, todo plano de salvação pelas obras apenas contribuía para perpetuar a servidão humana. O fardo do legalismo, do qual Cristo veio libertar o homem, foi de novo atado às costas do crente na Idade Média. Como regra, as massas que adoravam nas belas catedrais da Europa jamais experimentaram plenamente a liberdade conferida por Cristo e que faz os homens verdadeiramente livres. As catedrais góticas, com suas espirais apontando para o céu, erigidas com o trabalho de amor de muitas gerações, permanecem como símbolos da aspiração do homem a algo que escapava a seu alcance. Salvação como recompensa de obras meritórias sempre permanece além do alcance humano.

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Como Cristo pode ser “o primogênito de toda a criação” (Cl 1:15) sem ter sido criado?

Ao longo da história do cristianismo, houve muita discussão a respeito do significado do termo “primogênito” (grego protótokos) quando usado em relação a Cristo. No Novo Testamento, Cristo é chamado de “o Primogênito” (Hb 1:6), “o primogênito de toda a criação” (Cl 1:15), “o Primogênito dos mortos” (Ap 1:5), “o primogênito de entre os mortos” (Cl 1:18) e “o primogênito entre muitos irmãos” (Rm 8:29).
 
Para entender essa questão, é importante ter em mente que, entre os israelitas, todo o primogênito deveria ser consagrado ao Senhor (Êx 13:1-16; ver Lc 2:22-24), recebendo herança “dobrada” em relação aos demais irmãos (Dt 21:15-17). Embora o termo “primogênito” seja normalmente usado para designar o primeiro filho de um casal, ele é também empregado na Bíblia em relação a um dos demais filhos, que não o mais velho, mas que tenha se destacado entre os seus irmãos. É neste sentido que Deus qualificou a Israel, que não era a nação mais antiga da terra, de “meu primogênito” (Êx 4:22); a Efraim, o segundo filho de José e Azenate, de “o meu primogênito” (Jr 31:9); e a Davi, o mais novo dos oito filhos de Jessé, de “meu primogênito, o mais elevado entre os reis da terra” (Sl 89:27).

Cristo é qualificado de “o primogênito de toda a criação” (Cl 1:15) em um contexto que O enaltece como o Criador que está acima de toda a criação. Em Colossenses 1:15-17, Paulo afirma que Cristo “é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; pois nEle foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dEle e para Ele. Ele é antes de todas as coisas. NEle tudo subsiste.”

Se o próprio Cristo fosse uma criatura do Pai, como alegam alguns pretensos cristãos, como poderia o texto acima afirmar que “tudo” o que foi criado foi “por meio dEle” criado? Se Cristo houvesse sido gerado em algum momento da eternidade, como poderia ser chamado em Isaías 9:6 de “Deus Forte” e “Pai da Eternidade”? Nesse caso, Ele não seria “Pai da Eternidade”, mas simplesmente uma criatura que veio à existência em algum momento específico da eternidade! Cremos, porém, que como “o primogênito de toda a criação” Cristo é o Soberano absoluto sobre toda a criação, pois “nEle habita corporalmente toda a plenitude da Divindade” (Cl 2:9).

quarta-feira, 21 de maio de 2014

A Lei e o Evangelho

Quando os judeus rejeitaram a Cristo, rejeitaram a base de sua fé. E, por outro lado, o mundo cristão de hoje, que tem a pretensão de ter a fé em Cristo, mas rejeita a Lei de Deus, comete um erro semelhante ao dos iludidos judeus. Os que professam apegar-se a Cristo, polarizando nEle as suas esperanças, ao mesmo tempo que desprezam a Lei Moral e as profecias, não estão em posição mais segura do que os judeus descrentes. Não podem chamar inteligentemente os pecadores ao arrependimento, pois são incapazes de explicar devidamente o de que se devem arrepender. O pecador, ao ser exortado a abandonar seus pecados, tem o direito de perguntar: Que é pecado? Os que respeitam a Lei de Deus podem responder: “Pecado é a transgressão da Lei.” (I João 3:4). Em confirmação disto o apóstolo Paulo diz: “… eu não conheceria o pecado, não fosse a Lei.” (Romanos 7:7)

Unicamente os que reconhecem a vigência da Lei Moral podem explicar a natureza da expiação. Cristo veio para servir de mediador entre Deus e o homem, para unir o homem a Deus, levando-o à obediência a Sua Lei. Não havia e não há na Lei, poder para perdoar o transgressor. Jesus, tão-só, podia pagar a dívida do pecador. Mas o fato de que Jesus pagou a dívida do pecador arrependido não lhe dá licença para continuar na transgressão da Lei de Deus; deve ele, daí por diante, viver em obediência a essa Lei.

A Lei de Deus existia antes da criação do homem, ou do contrário Adão não podia ter pecado. Depois da transgressão de Adão não foram mudados os princípios da Lei, mas foram definitivamente dispostos e expressos de modo a adaptar-se ao homem em seus estado decaído. Cristo, em conselho com o Pai, instituiu o sistema de ofertas sacrificais; de modo que a morte, em vez de sobrevir imediatamente ao transgressor, fosse transferida para uma vítima que devia prefigurar a grande e perfeita oferenda do Filho de Deus.

Os pecados do povo foram em figura transferidos para o sacerdote oficiante, que era um mediador para o povo. O sacerdote não podia ele mesmo tornar-se oferta pelo pecado e com sua vida fazer expiação, pois era também pecador. Por isso, em vez de sofrer ele mesmo a morte, sacrificava um cordeiro sem mácula; a pena do pecado era transferida para o inocente animal, que assim se tornava seu substituto imediato, simbolizando a perfeita oferta de Jesus Cristo. Através do sangue dessa vítima o homem, pela fé, contemplava o sangue de Cristo, que serviria de expiação aos pecados do mundo.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Olhos para o alto

Sente que há algo faltando na vida? De repente uma decisão que foi tomada errada, escolhas que não foram as mais bem sucedidas... Não estou falando necessariamente sobre ir para o mau caminho, tipo festas, bebidas, drogas, prostituição - ok, tudo isso é fruto de más escolhas e também de companhias erradas - mas não é sobre isso que quero detalhar.
 
Como jovens, batalhamos mais que os demais pra conseguir conquistar um sonho, muitos sonhos, estabilidade, casamento, formar família etc. Quando paramos pra fazer tudo do jeito certo e na contramão do mundo, parece que muitas vezes a vida não está "andando", que a gente está vivendo uma rotina chata de ter que ralar e ralar muito pra conseguir chegar lá... É aí que está o ponto que quero mostrar. Dependendo de como reagimos diante das dificuldades, nossa vida vai caminhar ou para frente ou para trás. Se a gente desanimar e ficar pensando que não teve ou não tem condições pra isso ou aquilo, que 'fulano teve mais oportunidades que eu', que isso é impossível de conseguir, não vamos avançar a lugar algum.

Não importa se você não teve as melhores oportunidades de estudo, se o seu atual emprego paga mal e não é o seu sonho... Se você ainda não casou e está ficando pra titia, ou se já está na hora de formar uma família, mas ainda não encontrou ninguém. Essa palavra é pra você! Saiba que o nosso Deus, antes que você nascesse já sabia cada capítulo de cada dia da sua vida! E saiba que, se você ainda está acordando e respirando, isso é um sinal de que Deus está te dando uma nova oportunidade a cada dia de vencer! Por isso, não se preocupe com as coisas dessa vida porque o Senhor sabe de todos os detalhes sem que você perceba nada agora. Apenas continue lutando para vencer, pedindo a Deus que te revele novos sonhos e maneiras de concretizá-los. Não dê desculpas para as adversidades! Elas existem porque Deus sabe que devemos passar por elas para que estejamos mais preparados para quando a vitória chegar. Lembre-se desse versículo e tenha um novo recomeço em sua vida a partir de agora!

"Até os jovens se cansam e ficam exaustos, e os moços tropeçam e caem; mas aqueles que esperam no renovam as suas forças. Voam alto como águias; correm e não ficam exaustos, andam e não se cansam." (Isaías 40:30, 31 NVI)


Olhos para o alto

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Murmuração – Veneno Mortal

A murmuração é um mal que tem feito destruições no meio do povo de Deus desde os primórdios da criação. Para embasar este estudo nos recorremos ao livro de Números 13,14, quando a nação de Israel estava prestes a tomar posse da terra prometida, mas pela murmuração foi levada a uma árdua caminhada por quarenta anos no deserto.

Murmurar segundo o dicionário é:
Produzir murmúrio ou sussurro. Queixar-se. Falar mal de alguém ou de alguma coisa. Conversar, difamando ou desacreditando.

Assim como no Antigo testamento e no nossos dias este mal tem penetrado no meio do povo de Deus, causando grande estrago e muitos têm perdido a benção pela murmuração. Queria salientar neste estudo algumas características negativas de um murmurador no meio da igreja de Cristo:

1º O murmurador é auto destrutivo – este mal leva a pessoa a se auto destruir. Os murmuradores de Israel receberam sua sentença de morte (Nm 14 . 29). Quando alguém adere a esta pratica perde o brilho da vida, porque seus pensamentos, seu falar e suas atitudes são reprováveis por Deus, e se é reprovado por Deus a vida não tem sentido. Saul foi reprovado por Deus e foi lhe retirado o Espirito Santo( I Samuel 16 – 14).

2º O murmurador torna-se cego espiritualmente – este não consegue ver Deus agir, não vê cura, batismo com Espirito Santo, revelação da Palavra, porque sua visão esta comprometida apenas na esfera carnal seu unico e exclusivo proposito é fazer mais vitimas do veneno da suas palavras e pensamentos contrários.

3º o murmurador tem perda de memoria espiritual – Israel quando estava preste a entrar na terra prometida(Nm cap. 13 e 14), começou um murmurio por causa de um relatório desanimador passado pelos dez espias enviados por Moisés para ver como era a terra prometida( seu solo, seu povo, suas cidade, suas fortaleza seus frutos etc.). Segundo os príncipes (espias), a terra era boa mas intransponível, a partir deste momento todo povo, uma nação inteira começou a murmurar contra Deus. Esqueceu-se de todo agir do Senhor a seu favor, o livramento do julgo egípcio, a travessia em seco do mar vermelho e a providencia física e espiritual no deserto. Quantas vezes temos estas perdas de memoria, basta entrarmos em um deserto da vida ou um vale, que esquecemos de onde Jesus nos tirou e damos inicio as lamentações e murmúrios A frase celebre de um murmurador é que “Deus se esqueceu de mim, vou largar tudo”, esquecemos que Aquele que prometeu é fiel para cumprir, independente das circunstâncias.

4º o murmurador tem o dom de influenciar negativamente – o dez espias influenciaram toda uma nação, ao ponto de quererem retornar para a escravidão do Egito ( Nm 14). E tem se difundindo esse ato diabólico no meio da igreja do Senhor, onde murmuradores com a alma perversa destilam seu veneno com intuito de recrutar seguidores fracos na fé para semearem a discórdia e difamarem ministérios, lideranças envergonhando a obra de Jesus (Rm 2 . 24).

Foram enviados doze espias por Moisés para a cumprir a tarefa, dez voltaram com pesar no coração e murmurando contra Deus, duvidando da capacidade de Deus. Mas no meio destes doze havia dois que não nasceram para serem influenciados por derrotados, Josué e Calebe nasceram para influenciar e crê naquilo que Deus prometeu. Creia naquilo que Jesus prometeu para cada um de nós, a SALVAÇÃO, deixe de ser um murmurador e divulgue o Reino de Deus a toda criatura.

 Murmuração – Veneno Mortal
 

sábado, 4 de janeiro de 2014

Encontraram a arca de Noé?

Não sou de maneira nenhuma partidário de Hitler ou das ideias que ele defendeu. Mas considerando a rara sinceridade com que ele admitiu algumas intenções de seu projeto e a advertência que nos vem disso, gostaria de começar esse texto citando um de seus pensamentos ou diria confissões. Ele disse: “É mais fácil envolver o povo numa grande mentira, do que numa pequena. Quanto maior a mentira, mais pessoas acreditarão nela… Torne a mentira grande, simplifique-a, continue afirmando-a, e eventualmente todos acreditarão nela.” (MeinKampf, 185).
 
O mesmo espírito que inspirou Hitler a usar esse método de propagar inverdades parece estar por detrás de muitos boatos e enganos que surgem, especialmente, nas mídias sociais. E o Inimigo de Deus não teria estratégia melhor, senão criar boatos aparentemente favoráveis à Bíblia, apenas para depois desmentir tudo como puro embuste e, na esteira das denúncias, lançar descrédito à Palavra de Deus.

Veja que é coisa muito séria tentar defender a Bíblia com fatos falsos. A própria idoneidade da Palavra de Deus é posta em questionamento. Disse Jesus: “Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; Não, não; porque o que passa disto é de procedência maligna.” Mateus 5:37. É claro que há argumentos que usamos que são hipóteses, mas ainda assim, elas têm de ser plausíveis e nunca mentirosas. Mais doído do que ouvir um oponente defender mal a idéia que combatemos é ouvir um aliado defender mal a ideia com a qual simpatizamos.

O curioso é que mesmo com advertências óbvias como estas, vira-e-mexe testemunhamos o aparecimento de matérias sensacionalistas dizendo num momento que encontraram as rodas dos carros de Faraó debaixo do Mar Vermelho, noutro que localizaram os restos de Sodoma e Gomorra debaixo do Mar Morto.

E o campeão destes boatos sem fundamento é o suposto achado da arca de Noé. Há tantos que os autores de língua inglesa chegaram a criar um trocadilho para esses exploradores da arca perdida. Eles ironicamente os chamam de arcaeólogos, ao invés de arqueólogos!

Ao todo já relacionei ao relatório mais de 40 supostos achados da arca de Noé e além de serem todos falsos ou inconclusos, eles têm mais dois pontos em comum: primeiro que foram todos encontrados por leigos sem nenhuma formação ou treinamento de arqueologia e segundo, que a maioria deles convenceram muitas pessoas apesar de apresentarem provas questionáveis e relatos contraditórios.

Só sei que se um desses relatos estiver verdadeiro, todos os demais têm de ser falsos, por mais bem defendidos que tenham sido. A menos, é claro, que existam várias arcas de Noé ou que a mesma esteja ainda surfando até hoje sob as geleiras do Ararate porque seus vestígios ora aparecem num canto, ora aparecem noutro. E todos afirmando sem medo de errar que acharam a verdadeira arca de Noé!

Um desses últimos achados se deu há cerca de 5 anos, mas especulações acerca do mesmo continuam bem firmes na Internet. Afirma-se que um grupo de chineses e turcos teria encontrado o barco milenar e até feito filmagens dentro dele. Será verdade?

Eu mesmo ficaria muito feliz se fosse, mas por honestidade acadêmica e cristã, sou obrigado a dizer que se trata de mais um engano. Mais um desserviço à propagação da Palavra de Deus.

Tive a oportunidade de trocar e-mails e conversar pessoalmente com o Dr. Randall Price, arqueólogo americano que num primeiro momento teve seu nome associado ao grupo. Ele não somente negou que aquilo fosse verdade, mas ainda se disse desapontado com a falta de sinceridade do grupo.

O Dr. Price, para que todos saibam, chegou a fazer parte da primeira expedição dos Chineses quando esses lhe mostraram as fotos do achado em 2008. Ele conseguiu um recurso de cem mil dólares para o projeto, mas em pouco tempo percebeu que as evidências apresentadas não passavam de uma fraude.

Em 2009 Dr. Price e outros especialistas identificaram a caverna e os troncos que os chineses usaram para produzir o seu “filme”. Na verdade eles nunca estiveram dentro da arca de Noé!

Aliás, mesmo sem essa informação, o que eles apresentaram já era por si só digno de ceticismo. Veja o dilúvio ocorreu há pouco mais de 4 mil anos, logo, essas madeiras jamais estariam em perfeito estado de conservação conforme mostra o vídeo. E não adianta dizer que foram preservadas pelo poder de Deus, pois como arqueólogo posso afirmar que essa não parece ser a forma de Deus agir. Mesmo os importantes manuscritos do Mar Morto (achado importantíssimo para comprovar a veracidade textual da Bíblia Sagrada) foram encontrados em forma fragmentária e alguns completamente destruídos pela ação do tempo!

Outra coisa que me chamou a atenção é que nalguns sites o suposto achado dos Chineses é misturado com fotos de uma estrutura de pedra em forma navicular localizada em Durupinar. Ora, na verdade o que temos ali é outro falso achado promulgado desta vez por Ron Wyatt um falecido anestesista do Tennessee que também vivia “descobrindo” relíquias bíblicas – todas falsas.

Como se pode ver, alguns jornalistas nem se deram ao trabalho de verificar que estavam divulgando dois diferentes “achados” como se fossem a mesma “descoberta” – uma de Wyatt, outra dos chineses. Aliás, essa estrutura de pedra de Durupinar que Wyatt disse ter sido confirmada por muitos como sendo a arca de Noé era na verdade uma formação rochosa comum que nem fóssil era. Vários geólogos turcos afirmaram isso!

São por coisas assim que os que creem na Bíblia devem ter sua atenção redobrada no momento de usar certos argumentos na defesa da fé. Segundo Othon M. Garcia, “ainda que cometamos um número infinito de erros, só há, na verdade, do ponto de vista lógico, duas maneiras de errar: raciocinando mal com dados corretos ou raciocinando bem com dados falsos. (Haverá certamente uma terceira maneira de errar: raciocinando mal com dados falsos). O erro pode, portanto, resultar de um vício de forma – raciocinar mal com dados corretos – ou de matéria – raciocinar bem com dados falsos.” (Comunicação em prosa moderna. p. 307). De qualquer forma, o cristão deve evitar esse tipo de argumento. Paul Joseph Goebbels, ministro das Comunicações de Adolf Hitler, dizia que “Uma mentira mil vezes repetida se torna uma verdade autenticada”. Para mim, uma mentira mil vezes repetida continua sendo uma mentira e não devemos nunca ter parte nela!

Rodrigo Silva, escritor, professor, doutor em Teologia, doutor em arqueologia bíblica, doutorando em arqueologia clássica e apresentador do programa Evidências.
Fonte: Site Novo Tempo.